A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC), realizou a operação “Sem Efeito”, no bairro Glória, em Vila Velha, nesta terça-feira (19). A ação teve o intuito de combater uma organização criminosa voltada à oferta de cursos de mestrado, doutorado e serviços de revalidação de diplomas emitidos no exterior.
Durante a operação, foram apreendidos centenas de diplomas com nomes de estudantes, materiais utilizados para a confecção dos diplomas, dentre outros itens utilizados.
Além das buscas, foi determinada a suspensão da atividade econômica, o bloqueio de todas as contas bancárias da instituição financeira e dos sócios, além do bloqueio de veículos que possuem. No total, quatro pessoas foram identificadas como parte da organização.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (DEFA), delegado Alan Moreno de Andrade, os criminosos começaram a agir no Espírito Santo após uma ação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em 2019 e 2021, que fechou um conglomerado de faculdades que vinham cometendo esse tipo de golpe. Esse conglomerado, inclusive, tinha um campus em Cariacica, fechado após a ação.
“As duas professoras, que denunciaram o caso, se matricularam no ano de 2016, na faculdade do Rio Grande do Sul. Assim que a instituição foi fechada, os golpistas informaram às vítimas que conseguiriam dar continuidade ao curso e, ainda, validar o diploma de ambas caso pagassem uma quantia de R$ 50 mil cada uma”, informou o delegado.
As duas vítimas, que pagaram o valor cobrado pelos criminosos, se apresentaram na Secretaria de Educação da Serra, que averiguou que os diplomas eram falsos e comunicou às professoras. Elas foram encaminhadas à delegacia, onde foram feitas as análises e o contato com a faculdade de São Paulo que constava no diploma. A faculdade informou ao delegado que nunca teve contato com a empresa dos golpistas, localizada no Espírito Santo.
Os criminosos tinham uma licença do Estado da Flórida, nos Estados Unidos (EUA), para ministrar um curso religioso naquele país. Através dessa licença, eles vendiam, no Brasil, cursos de graduação na área de ciências sociais.
Para validar esses cursos, os criminosos usavam imagens de pessoas de outros países e criavam depoimentos falsos que ficavam na página da faculdade. “Os cursos existiam, as aulas eram gravadas. As vítimas faziam dois a três anos de curso, mas no final, o diploma não valia de nada”, informou o delegado Alan Moreno.
Até o momento, a Polícia Civil tem quatro pessoas identificadas, que se apresentaram como proprietários da empresa, mas ninguém foi preso. A polícia segue em busca de possíveis vítimas da organização criminosa para poder prender os responsáveis.
Dicas para não cair em golpes:
Procurar instituições estabelecidas no mercado: Tomar cuidado com preços fora do praticado no mercado;
Procurar instituições com credenciamento na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ministério da Educação (MEC);
Verificar se a instituição de ensino já teve reconhecido algum diploma por ela emitido;
Fonte: ES HOJE