Alice, de três anos, morreu ao ser atingida por um tiro no peito. — Foto: Reprodução/TV Gazeta
O inquérito da Polícia Civil aponta que sete pessoas tiveram envolvimento com a morte da menina Alice, de três anos, que foi atingida por uma bala perdida em fevereiro, em Vila Velha, na Grande Vitória. De acordo com as investigações, o caso tem ligação com a disputa pelo controle do tráfico de drogas entre grupos rivais. Além disso, a ordem para o crime que acabou com a morte da criança partiu de dentro de um presídio, segundo a polícia. Dos sete acusados, cinco estão presos.
Conforme explica a titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), Raffaella Aguiar, seis criminosos pertencem a um mesmo grupo criminoso, que tentava dominar o tráfico de drogas no bairro Dom João Batista.
No dia em que Alice morreu, quatro deles saíram com o objetivo de matar um adolescente pertencente a um grupo rival, que estava conversando com o pai de Alice na porta da casa da família.
No tiroteio, Alice e acabou morrendo e o alvo dos criminosos foi baleado na perna.
Ainda segundo a Polícia Civil, a ordem de execução do crime partiu de Rafael Provetti Nascimento, que foi preso 2018 como um dos dez criminosos mais procurados do Espírito Santo.
Mesmo dentro do presídio, ele transmitiu a determinação aos comparsas através de sua esposa, Ana Paula Dias Ferreira, que foi presa pela Polícia Militar no dia 30 abril quando seguia para uma igreja em Rio Marinho, Vila Velha.
Suspeita de participação na morte da menina Alice é presa em Vila Velha, ES
“No ano passado, quando chefes do tráfico da região romperam, começou uma disputa acirrada pelo controle. Em função dessa disputa, começaram a ocorrer diversos homicídios. No dia do fato, quatro pessoas foram, dentro de um gol branco que a gente conseguiu recuperar, para matar o adolescente”, explicou Raffaella.
Prisões
Além de Rafael, que já estava preso, e de Ana Paula, outros dois suspeitos integrantes do grupo foram localizados e presos.
William Nascimento Lacerda, conhecido como William Apagão, dirigiu o carro usado no dia do crime e foi preso em 26 de março.
Já Thiago Martins de Souza, o Tio Ran, que era um dos atiradores, foi detido em 20 de fevereiro.
A polícia ainda procura por um adolescente de 15 anos e por Isaías Themóteo Leão, que se encontra foragido. Ambos também participaram do crime como atiradores.
Isaías Themóteo Leão está foragido da polícia. — Foto: Reprodução/Polícia Civil do ES
O sétimo envolvido no crime, que também está preso desde fevereiro, é Jhonatan Henrique Barbosa. Ele atuava como segurança da gangue da Jamba, rival do grupo comandado por Rafael.
No momento do crime, Jhonatan estava na laje da casa vizinha à de Alice e, ao ver os rivais, atirou contra eles. A polícia não identificou de qual arma partiu o tiro que vitimou Alice.
“Nenhum deles quis que tivesse acontecido algo com a criança. Mas todos quiseram que a morte do adolescente tivesse ocorrido. A partir do momento em que você sai para matar alguém e efetua disparos a ermo, você está assumindo o risco de matar quem quer que seja”, pontuou a delegada.
De acordo com Raffaella, os envolvidos na morte de Alice serão autuados por homicídio e por tentativa de homicídio e foram denunciados ao Ministério Público do Espírito Santo, que cuidará da ação penal.
Os maiores de idade também responderão por corrupção de menor, uma vez que um adolescente também fazia parte do grupo.
Fonte: G1 ES